sábado, 12 de novembro de 2011

Maior encontro de capoeiristas do Brasil acontece em Brasília

De uma pequena roda de moradores de rua para um evento nacional

Andréia Souza e Sérgio Pastor

A Rodoviária do Plano Piloto foi palco do maior encontro de capoeiristas do Distrito Federal e do entorno de Brasília. O 20º Encontro Nacional de Capoeira (Enca) aconteceu entre os dias 01 a 06 de novembro em várias cidades satélites do DF. O evento reuniu praticantes, pesquisadores, educadores de capoeira, gestores de políticas públicas: social, esporte, cultural e os formadores de opiniões de todo Brasil.



De acordo com o responsável pelo Instituto, mestre Gilvan, o evento surgiu até despretensiosamente de um trabalho que ele desenvolvia todas as quartas-feiras, chamado de “capoeira nas praças”. “Eu ia para a rodoviária de Brasília, começava a tocar o birimbal no meio da rodoviária no local aonde acontece o 24 horas hoje, e ali juntavam meninos de rua deixando o saquinho de cola no pé do birimbal e começavam a participar”, explica Gilvan.


O Enca acontece todos os anos, hoje é reconhecido pela lei nº 3.013/97 e faz parte do calendário oficial de Brasília e é promovido pelo Instituto Ladainha desde 1991. Na sua 20ª edição, o encontro busca promover entre outros aspectos a ampla mobilização social, nas esferas dos municípios, estados e países estrangeiros, para debater a capoeira como esporte/luta e manifestação folclórica enquanto arte popular, através de mecanismos públicos e privados no seio da sociedade por direito adquirido na Constituição Federal.

O participante, mestrando Cafunga diz do encontro, “Todos os anos venho para rever meus amigos e aprender novas técnicas. Acredito que o Enca cumpre um papel de suma importância na divulgação da capoeira”.


Mestre Gilvan é um visionário, e sempre teve como objetivo mostrar que a capoeira poderia ser praticada por todo seguimento da sociedade, então em 1999, vindo de um projeto que não deu certo por falta de apoio dos colegas que não compartilhavam da mesma visão que ele, surge a “Capoterapia”,” eu não dou capoeira, eu faço um trabalho de terapia através da capoeira, pesquisei na internet e não achei nada, vou batizar isso como capoterapia, terapia através da capoeira”, conta o mestre.


A capoterapia tem como objetivo trabalhar a qualidade de vida nas pessoas através da pratica da arte afro descendente. Aos 76 anos, dona Cecília Anacleta Perdigão, moradora no setor QNI, em Taguatinga Norte (DF) sobe e desce as escadas do seu apartamento com a maior facilidade. “Eu acordo cedo, visto a camiseta amarela e vou para a capoterapia no ginásio Paradão” afirma. Já para Adiel José Ernandes, 80 anos, a terapia criada por Mestre Glvan modificou sua visa e é fundamental para preservar um estado de saúde entre os octogenários como ele. “Gilvan faz um trabalho mosntruosamente importante e todo o dia ele nos passa, em meio as suas piadas e brincadeiras, um pouco de sabedoria”, elogia. Todos esses depoimentos fazem parte do livro “Minha História Minha Vida”, escrito por Mestre Gilvan e Mano Lima e que foram gentilmente cedidos os direitos de publicação.









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