sábado, 29 de outubro de 2011

Festival Hip Hop Contra o Crack


O Festival Hip Hop Contra o Crack acontece neste fim de semana, 29 e 30, com a finalidade de promover a cultura do movimento Hip Hop e o combate as drogas na cidade do Recanto das Emas.

O evento é promovido pela Secretaria de Juventude do Distrito Federal e pelo Instituto Caminho das Artes, ICA, e tem como objetivo democratizar a cultura Hip Hop como movimento cultural e dar visibilidade à artistas locais. De acordo com o ICA, “qualquer programa que se dedique a resgatar o adolescente em risco é favorável e deve ser apoiado”, explica Helder Cunha, representante do ICA e organizador do evento.

A ideia do festival, além de divulgar a cultura hip hop no Distrito Federal, seria criar um ambiente, por meio da concentração de público para promover ações sociais pontuais, paralelas ao show, “a ideia e despertar os jovens para a cultura, divulgar os programas de combate ao crack e assim alertar aos jovens como essa droga é mortal”, explica Helder.

Ainda segundo Cunha, “esse é um dos problemas sociais de grandes proporções que está atingindo os jovens, que em sua maioria estão morrendo não só pelo efeito da droga, mas também da violência que ela gera”.

A última edição do festival foi realizada em Setembro, na Ceilândia, cidade considerada o berço da cultura hip hop, e umas das cidades do DF, com grande incidência no uso do crack.

A atração mais esperada do festival se apresentará neste domingo, é o rapper Emicida, um dos maiores nomes do hip hop brasileiro. Emicida já recebeu elogios de ícones da música como Sandra de Sá e Lenine. Suas rimas são marcantes e precisas, o cantor lançou seu primeiro álbum em 2008 e deste então não saiu das paradas de sucesso, atualmente o cantor está divulgando seu novo trabalho, intitulado “Doozicabraba e a Revolução Silenciosa”.

  • Os shows começam a partir das 20h, na quadra 104/105 do Recanto das Emas, ao lado da Farema.
Andressa Dafini/ William Nascimento

Feira de Ciência e Tecnologia atrai 130 mil pessoas na Capital Federal



Janaina Oliveira/ Geziel Gonçalves

Mais de 500 cidades brasileiras se reuniram do dia 17 ao dia 23 de outubro, para mobilizar alunos, professores, pesquisadores e cientistas para divulgar a importância da ciência e da tecnologia no país, na oitava Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. O tema deste ano, “mudanças climáticas, desastres naturais e prevenção de riscos”. Em Brasília mais de 130 mil pessoas visitaram a feira, instalada na Esplanada dos Ministérios.
A Semana também promoveu atividades sobre o lema “Química para um mundo melhor”, recomendado pela Assembléia Geral das Nações Unidas que declarou 2011 como o ano Internacional da química. O principal objetivo da recomendação foi estimular os países a realizarem ações para conscientizar o mundo sobre a importância da química e suas contribuições para o bem estar da humanidade.
O Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação em exercício, Luiz Antônio Elias, acredita que a proposta vai ampliar o exercício da cidadania por meio do conhecimento cientifico e tecnológico. “Ao escolhermos o tema mudança climática, prevenção de riscos e desastres naturais, avançamos consideravelmente nesta agenda. A importância de se ter cada vez mais a tecnologia como uma ferramenta estrutural para melhoria e qualidade de vida da população, para ampliação do conhecimento interno, para capacidade de inclusão e principalmente para exercer um papel fundamental de cidadania, ou seja, a ampliação do exercício da cidadania através do conhecimento cientifico e tecnológico”, diz Luiz.
“O tema é muito feliz porque as mudanças climáticas passaram a ser um tema da agenda global, e que tem consequência em diversas questões que estão sendo discutidas nesse momento”, diz o Senador Rodrigo Rollemberg, do PSB, um dos fundadores da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no Distrito Federal.
Uma das principais atrações da feira foi uma réplica de uma floresta que mostrou situações de degradação do meio ambiente. Durante a visita a está floresta, as pessoas eram guiadas por uma trilha onde observavam simulações de desmatamento, animais empalhados, queimadas e marcas de córregos sem água.
Outro estande que chamou a atenção do publico foi montado pelos alunos de engenharia de energia da UNB- Campus do Gama, que apresentaram o processo de reciclagem de óleo de fritura a partir da coleta seletiva na comunidade Do Gama. Outra e novação do grupo foi á apresentação do processo de produção do biodiesel. “Surgiu á ideia da produção do biodiesel através do óleo de fritura, a ideia foi criar uma rede de coleta na comunidade do Gama com o apoio da Universidade de Brasília, e com esse óleo coletado a gente produzir biodiesel. A UNB há um ano e meio adquiriu uma planta de produção de biodiesel, então criamos o projeto denominado Biogama”, diz o estudante da UNB e integrante do projeto, Lucas Gail.
A população de Brasília pode contar com 64 estandes, com exposições do instituto de pesquisa, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e escolas técnicas, além das exposições do Exercito, Aeronáutica, Marinha e Corpo de Bombeiros do DF. Outros 60 eventos foram realizados nas cidades satélites e no entorno do Distrito Federal.
A estudante Adriana Mesqita visitou a feira e aprovou o que viu. “ Eu gostei muito, a gente sai de la com outra visão sobre algumas coisas, deveria ter mais vezes”, diz a estudante.

Analfabetismo atinge famílias carentes no DF

Mais de 83% das famílias pobres no Distrito Federal são beneficiárias nos programas de Transferência de Renda e Segurança Alimentar

por Marcia Caldeira


Brasília tem cerca de 2.606.885 habitantes, segundo dados do IBGE. É a cidade que possui o maior nível de desigualdade social principalmente nos padrões de renda familiar. Há uma estimativa de que ainda existem 93 mil famílias extremamente pobres no DF. Entre essas pessoas muitas não foram alfabetizadas por isso estão sem oportunidades de entrar no mercado de trabalho e vivem em situação precária.
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Trabalho - SEDEST realiza ações que beneficiam crianças, adolescentes, jovens, adultos, mulheres, pessoas com deficiência e idosos. São vários programas para melhorar a qualidade de vida e possibilitar a inserção social da população. Estão envolvidas neste programa 15 secretarias em todo Distrito Federal com ações destinadas às famílias pobres.

Elisa Silva Araújo, 56 anos , viúva, tem dois filhos e quatro netos em casa, recebe R$ 120,00 do programa Bolsa família. “ Para nós este dinheiro resolve muitas situações, e bom a gente contar com ele.”confirma Elisa.

Maria Lucia da Silva, 52 anos , analfabeta ,chefe de família, tem cinco recebe R$ 70,00 do programa Bolsa família. “ é um dinheiro que ajuda bastante, pois em casa esta sempre faltando alguma coisa”.afirma ela.


Cerca de 162.500 famílias recebem algum tipo de transferência de renda. Dentre as pessoas contempladas nos programas 77% não trabalham; 11,3% são autônomos sem previdência social e 5,2% são assalariados com carteira assinada. As pessoas mais atingidas com o desemprego no Distrito Federal são trabalhadores com baixa escolaridade; jovens principalmente mulheres e os negros. As rendas mais baixas estão em: Brazlândia, Ceilândia, Samambaia, Paranoá, São Sebastião, Santa Maria e Recanto das Emas.

Segundo o Sedest, 23% das pessoas extremamente pobres no Distrito Federal são mulheres, chefes de famílias, com filhos e analfabetas. Sendo assim um dos problemas principais que levam as pessoas a viverem na dependência dos programas de transferência e renda é a falta de capacitação profissional e alfabetização.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Projeto para construção da 901 Norte causa debate entre governistas e os defensores do projeto original de Brasília.

Por: Fannia Santos e Tissiane Pereira.


O Governo do Distrito Federal tem investido na possibilidade de ultilizar o local como espécie de expação do Setor Hoteleiro Norte, o que acirrou o debate entre governamentais e os defensores do projeto original de Brasília.


Como defensora do projeto original de Brasília a presidente da Comissão de Assuntos Sociais da Câmara Legislativa, a deputada Liliane Roriz (PRTB), protocolou um projeto de lei complementar (PCL) para proibir à alteração do uso e do potencial construtivo da quadra 901 Norte, a distrital apresentou o PLC como objetivo de impedir a transformação da área em uma "selva de pedra". " O que mais prezamos hoje em Brasília é a nossa qualidade de vida, que começa a ser ameaçada por pressão do poder economico", destacou a parlamentar.


Com toda polêmica sobre a constitucionalidade da proposta, já que a Câmara Legislativa não possui competência para legislar sobre a ocupação do solo, Liliane Roriz decidiu ingressar com o projeto quando soube do risco da cidade perder o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, conferido pela Organização das Nações Unidas Organização para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em 1987.


Já quem defende a expação do Setor Hoteleiro é o administrador de Brasília, Messias Souza, em reunião no Instituto dos Arquitetos do Brasil, no ultimo dia 03 o administrador em que mostrou o andamento do processo e as consequências positivas do empreendimento para o futuro da Capital. Eçe discorreu sobre as questões que fligem a Capital, entre elas a idéia de comparar uma cidade pensada nos anos 60 e que hoje, pela evolução natural transformou Brasília numa metrópole.


As propostas do governo para a ocupação da quadra podem ser acessadas no site da Administração Regional de Brasília e o projeto ainda está em fase de elaboração. Está prevista a construção de 14 torres de 45 metros de altura, com 15 andares; ou 11 torres de 55 metros de altura, com 18 andares.

ATIVIDADE FÍSICA NO TRABALHO



Para quem reclama que não tem tempo de praticar atividade física não tem mais desculpas



Raiane Costa 9206615867






A falta de tempo é dos motivos para não freqüentar a academia, mas esse não é o motivo principal; dinheiro e motivação também contribuem para a uma rotina de vida sedentária. Existem pessoas que dividem seu tempo entre rotina de trabalho, afazeres domésticos e estudos. Com toda essa correria de uma vida agitada é preciso se organizar e administrar o tempo, e deixar de lado o sedentarismo.
É uma ilusão achar que é possível fazer tudo ao mesmo tempo. A produtividade cai e há uma perda de desempenho. Pensando nesses fatores e em administrar tempo e desempenho, descobrimos que fazer muitas atividades durante o dia prejudica a saúde e não existe crescimento na sua produtividade.
Foi pensando nisso que o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, incentivam o projeto “Serviço de Qualidade de Vida” que organiza e coordena um conjunto de atividades físicas que busca diversificar a rotina diária do servidor, promovendo ações que potencializem suas capacidades, talentos, bem como a melhoria de sua qualidade de vida.
Lenildo de Oliveira Leite, orientador do projeto, diz que o serviço auxilia no trabalho dos servidores, melhorando as condições físicas deles para o trabalho. “É um esforço em prevenir lesões do trabalho, especialmente em trabalhos repetitivos como digitação, além de buscar reduzir o sedentarismo, melhorar a força, a flexibilidade, o bem-estar físico e psicológico do indivíduo, bem como a melhoria nos relacionamentos interpessoais e na construção da rede social” Afirma Lenildo.
Para o coordenador sempre há um tempo em que se possa fazer algum exercício de alongamento, como alongar os pulsos naquela parada no trânsito, movimentar os ombros de meia em meia hora quando se está em frente ao computador, prestar atenção na sua própria respiração (fazendo inspirações e expirações mais prolongadas) durante o dia, se espreguiçar (hábito que muitos abandonam). “O importante é sempre que possível dar atenção ao seu corpo”. Comenta o coordenador do projeto.
Cristiane Silva, bancária, ficou bastante entusiasmada com o projeto e diz que seria interessante que todas as empresas adotassem o método. “É excelente! Seria muito bom ter um projeto desses, em um ambiente bancário que é bastante estressante”.
Diante disso, sabemos que para praticar uma atividade não é necessário gastar horas em uma academia, basta apenas se organizar e conservar bons hábitos.

Desaceleração de índice que reajusta aluguel deixa brasilienses otimistas

LIELSON MAIA
RODRIGO SANTOS

Conhecida como uma das cidades que tem os aluguéis mais caros, Brasília vive a expectativa que pela primeira vez em meses o valor dos aluguéis estabilize. A esperança dos inquilinos se deve à variação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado no cálculo do reajuste dos contratos de aluguel, que variou 0,53%, em outubro. No mês anterior, o índice havia avançado 0,65%. Em 12 meses, o IGP-M registrou elevação de 6,95% e no acumulado do ano 4,7%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, e foram publicados em 28/10.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), subíndice que compõe o IGP-M, variou 0,68%. No mês anterior, a taxa foi de 0,74%. Os bens finais variaram -0,05% em outubro ante os 0,31% de setembro. A principal contribuição para a desaceleração foi do subgrupo alimentos processados com a taxa variando de 0,82% para 0,35%. Bens intermediários tiveram variação de 0,92% (0,13% em setembro), com o principal responsável pela taxa sendo o subgrupo materiais que passou de 0,11% para 0,75%.

O número, aparentemente pequeno, não deixa de ser um alívio para gente como Marcelo Amaral, 33 anos. O gerente de restaurante paga 650 reais no aluguel da casa simples de dois quartos em que mora, no setor P Sul, na Ceilândia. O rapaz faz parte da grande massa de brasilienses que precisam pagar aluguel e reclama: “a gente paga caro e muitas vezes a casa nem é lá essas coisas. Tem amigo meu que paga quase 500 reais pra morar em um barraco de fundo”.

O número de construções em andamento na capital federal apenas mostram que esse contigente de pessoas sem casa própria ainda está longe de acabar. Para o economista Lídio José dos Santos, esta é uma das principais razões para os valores tão altos dos aluguéis, além de outros já conhecidos, como a falta de terrenos disponíveis para moradias, a falta de mão de obra especializada para trabalhar nas construções e o programa Minha Casa Minha Vida, que provocou um aumento da procura por imóveis por parte daqueles que antes nem pensavam em adquirir um imóvel.

O especialista resume: “se uma multidão passa a procurar casa pra comprar, é da natureza do mercado que os proprietários se achem no direito de aumentar o valor dos imóveis, e isso faz diferença no valor do aluguel”. Enquanto isso, Marcelo e outros milhares de brasilienses torcem para que os índices baixem ainda mais.

Polícia civil do DF decreta greve geral

Os policiais exigem que o GDF cumpra as propostas feitas em abril





Vaneska Freire



Claudiane Souza




Foto: Sinpol DF




Durante assembléia realizada nesta quinta-feira (27/10) os agentes da Policia civil do Distrito Federal decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A assembléia aconteceu em frente ao Palácio da Alvorada



Durante a greve apenas 30% do efetivo vai trabalhar. Os crimes de menor potencial ofensivo como furtos e roubos não serão investigados. As escoltas de presos para hospitais por agentes também estão suspensas.


Segundo o Sindicato dos Policiais – Sinpol os agentes vão atender e investigar apenas crimes contra a vida e crimes hediondos, como estupro.



Só este mês os policiais civis já fizeram duas paralisações de três dias cada, para fazer pressão sobre o governo. Durante paralisação de 16 dias entre os meses de abril e maio o GDF apresentou proposta de reajuste de 13% no salário, pagamento de dividas do governo com a categoria, implementação do plano de saúde subsidiado e a reestruturação da carreira, porém o governo não cumpriu as promessas.


A Secretaria de Segurança Pública do DF informou que está buscando uma solução para solucionar os impasses com os agentes o mais breve possível. De acordo com a secretaria, o salário dos policiais é pago com recursos do Fundo Constitucional, por isso qualquer reajuste depende de acordos com o governo federal.

Eles preferem comprar online

Eles preferem comprar online

Milhões de pessoas em todo o mundo têm optado por fazer compras na internet, que pode ser acessado a qualquer hora do dia. O número de consumi¬dores que aproveitam as vanta¬gens do comércio eletrônico só tem aumentado, tornando-se a melhor opção para aqueles que querem poupar tempo.
Facilidades como não preci¬sar sair de casa, escolher o me¬lhor horário para as compras, decidir o que vai comprar com calma e evitar os atropelos e insistência dos vendedores, tão comuns no comércio tradicio¬nal, certamente contribuíram para alavancar a nova maneira de comprar.
Quando o assunto é compra na internet, a maior preocupa¬ção das pessoas é o fato de ex¬por seus dados pessoais. Antes de realizar qualquer compra, boa parte dos consumidores preferem se informar antes se é seguro, utilizando a própria internet para isso. Mauro Fer¬nandes, acostumado a obter produtos em sites de vendas, não tem problemas nesse sen¬tido. “Comprar online é práti¬co. Até hoje não tive problemas relativos à segurança, ao enviar dados do meu cartão de crédito.
O problema continua sendo prazo de entregas dilatados, que não deveriam se aplicar à lojas virtuais”. Relata o consumidor.
Outra característica á favor do comércio on-line é a dispu¬ta de preços entre os diversos sites de vendas. As empresas têm a necessidade de promo¬ver ofertas, que possibilitam preços abaixo da média do mercado. Para quem compra, essa é uma boa oportunidade de comparar preços e realizar melhores compras.
De acordo com Aline Mies¬sa, proprietária de um bazar online, para manter o negocio são necessários muita atenção e pesquisa. “Para que o site tenha continuidade é preciso muita atenção. Pesquisar o que as outras empresas oferecem de melhor para os consumidores é essencial para manter o preço certo de cada produto. Eu não posso querer vender mais caro que os outros, têm que haver sempre uma comparação, pois é isso que o consumidor final vai fazer”, diz Aline.
Mas o comercio eletrônico também é motivo de transtor¬nos e arrependimento para al¬guns consumidores. Pensando nisso, o Ministério da Justiça lançou no dia 20 de agosto de 2010 uma cartilha sobre defesa do consumidor aplicada ao co¬mércio eletrônico.
As diretrizes para compras na internet foram adaptadas do Código de Defesa do Consu¬midor. A cartilha pode ser en¬contrada no site do Ministério da Justiça.



Por Lidiane Teles e Fabiane Rodrigues

Alegria até mesmo dentro de um ônibus lotado

Marquinho candango ganha a vida arrancando risadas dos passageiros do transporte público do Distrito Federal


FERNANDO PINTO
JURANA LOPES

Uma das coisas mais difíceis de se fazer é arrancar risadas de quem utiliza o serviço de transporte público do DF. Entretanto, Marquinho Candango, 38 anos, cumpre essa missão muito bem e já faz isso há 20 anos. Diariamente, ele sai de casa, em Vicente Pires, antes das 7h. Deixa os cinco filhos na escola. Logo depois, a luta começa. Marquinho pega até 25 ônibus em um dia. Em cada um deles, apresenta seu show de comédia. Incorpora a personagem Docinho, mesmo vestido com roupas masculinas.


As brincadeiras são interativas e todos participam, desde o motorista aos passageiros. Com Marquinho, tudo vira piada. Ele faz graça com a poeira de Vicente Pires: “Vicente Pires é a cidade que Deus ama. Quando não é poeira, é lama”. Ri da vida amorosa do cobrador, a quem apelidou carinhosamente de “Cobra”, e avalia o visual das mulheres da plateia. A maioria entra no clima e não se ofende com o humor. “Eu brinco com todo mundo, mas pego mais no pé de quem está rindo, gostando do show”, explicou o artista. Com 1,63m de altura, ele se equilibra em cima da roleta e pendura-se facilmente nas barras de ferro.


Após a performance, o ator passa o chapéu para quem quiser ajudar. “Aceito notas de R$ 50 e R$ 100”, brinca. Boa parte dos passageiros contribui com alguns trocados. “Tem gente que não dá nada, mas bate no meu ombro e fala: ‘Parabéns, você vai longe. Tem talento. Deixou meu dia mais feliz’. Isso dá força para continuar.” Marquinho é famoso entre os usuários de ônibus. Quase todos os motoristas e cobradores o cumprimentam e disputam sua presença. “O povo já sai de casa estressado. É bom ter um Marquinho para melhorar a situação”, disse o motorista Wanderley Fonseca, 52 anos.


Marquinho costuma dizer: “Motorista, se o cobrador é meu marido, o pai dos meus filhos, dê duas buzinadas”. Em poucos segundos, soa a buzina do veículo. O público ri com uma intensidade contagiante. A secretária Juliana Mendes considera o trabalho de Marquinho muito importante. “Tem dias que a gente está tão desanimado, então ele entra dentro do ônibus e faz várias brincadeiras, isso alegra e faz a gente vê o mundo de maneira mais positiva”, explica.


O ator paga passagem nos coletivos em que viaja. “Sou o cliente número 1 de todas as empresas de ônibus”, disse, entre sorrisos. Garante que já ganhou até R$ 40 a cada apresentação, em veículos lotados. Dessa maneira, conseguiu construir casa própria, comprou um carro e, com essa renda, sustenta a família: a mulher, Miriam Guerra da Silva, 32 anos, e os cinco filhos. “Graças a Deus, meu trabalho é reconhecido. Não tenho do que reclamar”, garante.