sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Desaceleração de índice que reajusta aluguel deixa brasilienses otimistas

LIELSON MAIA
RODRIGO SANTOS

Conhecida como uma das cidades que tem os aluguéis mais caros, Brasília vive a expectativa que pela primeira vez em meses o valor dos aluguéis estabilize. A esperança dos inquilinos se deve à variação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado no cálculo do reajuste dos contratos de aluguel, que variou 0,53%, em outubro. No mês anterior, o índice havia avançado 0,65%. Em 12 meses, o IGP-M registrou elevação de 6,95% e no acumulado do ano 4,7%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, e foram publicados em 28/10.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), subíndice que compõe o IGP-M, variou 0,68%. No mês anterior, a taxa foi de 0,74%. Os bens finais variaram -0,05% em outubro ante os 0,31% de setembro. A principal contribuição para a desaceleração foi do subgrupo alimentos processados com a taxa variando de 0,82% para 0,35%. Bens intermediários tiveram variação de 0,92% (0,13% em setembro), com o principal responsável pela taxa sendo o subgrupo materiais que passou de 0,11% para 0,75%.

O número, aparentemente pequeno, não deixa de ser um alívio para gente como Marcelo Amaral, 33 anos. O gerente de restaurante paga 650 reais no aluguel da casa simples de dois quartos em que mora, no setor P Sul, na Ceilândia. O rapaz faz parte da grande massa de brasilienses que precisam pagar aluguel e reclama: “a gente paga caro e muitas vezes a casa nem é lá essas coisas. Tem amigo meu que paga quase 500 reais pra morar em um barraco de fundo”.

O número de construções em andamento na capital federal apenas mostram que esse contigente de pessoas sem casa própria ainda está longe de acabar. Para o economista Lídio José dos Santos, esta é uma das principais razões para os valores tão altos dos aluguéis, além de outros já conhecidos, como a falta de terrenos disponíveis para moradias, a falta de mão de obra especializada para trabalhar nas construções e o programa Minha Casa Minha Vida, que provocou um aumento da procura por imóveis por parte daqueles que antes nem pensavam em adquirir um imóvel.

O especialista resume: “se uma multidão passa a procurar casa pra comprar, é da natureza do mercado que os proprietários se achem no direito de aumentar o valor dos imóveis, e isso faz diferença no valor do aluguel”. Enquanto isso, Marcelo e outros milhares de brasilienses torcem para que os índices baixem ainda mais.

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