Brasília é respeitada por gastos simples voltados para o seu povo, mas terá que desembolsar R$ 1 bi para Fifa a fim de sediar a Copa do Mundo
Brasília está na briga com 15 capitais para fazer a abertura da Copa do Mundo de 2014. Obras por todos os lados, tudo focado nesse o objetivo. Paira no ar um questionamento de quanto o Governo do Distrito Federal vai gastar com a Copa do Mundo. Os dados são da assessoria do Senador Cristovam Buarque, do PDT do Distrito Federal. o Distrito Federal gastará mais de R$ 1 bilhão até que o novo “Estádio Nacional de Brasília” fique pronto para Copa.
Para o senador, “se Brasília usasse melhor esse dinheiro, poderia se tornar uma das cidades mais respeitadas no exterior pela qualidade de suas escolas, pelo número de quadras para o esporte popular que todos os fins de semana mobilizam milhares de pessoas”.
No país do futebol, para assistir aos jogos no estádio, o torcedor terá de pagar, de acordo com dados da última Copa, que ocorreu na África do Sul, os preços dos ingressos variararão entre R$ 381 e R$ 2.348. Para o empresário João Daniel, 24 anos, o governo está investindo errado o dinheiro, “eu acho errado os gastos que estão sendo feitos nas obras da Copa, o governo fala que não tem dinheiro para outras coisas prioritárias na cidade como saúde e educação, mas quando é para aumentar o salário deles ai não tem dificuldade”.
Os gastos podem custar R$ 64 bilhões a mais do que nas três últimas Copas, de acordo com a pesquisa da assessoria de imprensa do senador Cristovam Buarque.
Brasília e Futebol
Brasília é uma cidade que não tem tradição no futebol. Nos últimos dez anos somando os torcedores de todos os jogos oficiais do Campeonato da 1ª Divisão, foram totalizados cerca de 80 mil torcedores. Depois da Copa, poucos eventos poderão reunir 70 mil em um estádio.
Com R$ 1 bilhão, daria para construir 18 estádios do tipo Bezerrão para os jogos de fim de semana; 625 ginásios cobertos; cerca de 100 escolas-parque, equipadas com quadras de esporte, piscinas e laboratórios em cada uma delas; cerca de 16 mil casas, chegando quase zerar o déficit habitacional do DF; construir escolas de qualidade com infra-estrutura e tecnologia moderna; 250 escolas de ensino fundamental ou 125 de ensino médio; ou oito hospitais bem equipados.
Para Clarice Barbosa, 24 anos, universitária, “o valor está acima do que Brasília poderia disponibilizar, porque o transporte está ruím, a saúde está pessíma e eu não entendo como conseguiram tantas verbas para investir na Copa, quando o que a população mais precisa não tem”.
Brasília é respeitada como patrimônio cultural da humanidade, também por ter criado o Bolsa-Escola e a faixa de pedestre, tem agora um desafio pela frente, provar para população que cada centavo investido nesta obra não vão acabar como os elefantes brancos da última Copa, na África do Sul.
Até o fechamento dessa matéria o Tribunal de Contas do DF não se pronunciou a respeito do assunto.
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